a arquitetura da luz: bloco, por studio mk27, uma reflexão sobre contrastes materiais e a sutileza da luminosidade
19/06/2025
a linha bloco traduz, em escala reduzida, a essência arquitetônica do studio mk27. na conversa a seguir, exploramos com a equipe criativa do escritório como a linguagem minimalista, o uso expressivo dos materiais e a relação entre luz e sombra deram forma à coleção de arandelas, portátil, luminárias de mesa e abajures. bloco reflete a busca por equilíbrio entre solidez e leveza, tradição e inovação – fazendo da luz “um detalhe da forma”, como destaca a nossa curadora clarissa schneider.
qual foi o ponto de partida para definição da família bloco?
o ponto de partida foi a materialidade do concreto. o desenho das luminárias contrapõe massas opacas a planos reflexivos; entre eles, na tangência dos dois materiais, a luz se manifesta de forma indireta e controlada. trabalhamos com linhas simples e materiais expressivos, os quais são elementos distintivos em nosso vocabulário arquitetônico.
quais as diferenças entre as peças que compõem a coleção?
para este lançamento, escolhemos desenvolver arandelas e luminárias de mesa. todas as peças exaltam a contraposição entre o volume hermético da pedra ou concreto e o plano metálico, porém apresentam diferentes proporções.




qual foi o maior desafio no desenvolvimento das peças?
o grande desafio foi o uso de um material não convencional e pesado que resultasse em peças elegantes.
como foi o processo de escolha das materialidades complementares ao concreto?
começamos pelo concreto que é um material com o qual temos familiaridade na escala da arquitetura e que nos pareceu original para luminárias. durante o desenvolvimento do projeto, decidimos adicionar versões das peças em mármore verde vitória régia. o concreto é mais sóbrio e o mármore veiado mais sofisticado. essa variação de materialidade cria peças muito distintas. a escolha da chapa dourada para ser a superfície que reflete a luz foi resultado da busca de um tom mais quente para a luz refletida.
ainda, para os abajures escolhemos ter a cúpula em linho, cuja cor e textura dialoga com os outros materiais.






clarissa schneider aponta que as luminárias bloco "fazem da luz um detalhe da forma". ao combinar a luz com materiais opacos como a pedra e o concreto, qual é a interação pretendida? e, com a adição de uma superfície translúcida como o tecido, qual é o efeito desejado?
no caso das arandelas e das luminárias de mesa, propomos que a luz se dissipe entre frestas, de forma sutil e delicada. já no desenho dos abajures, a luz é filtrada pelo tecido que confere uma temperatura e intensidade discreta, como costumamos usar em nossa arquitetura.
quando em composição, as peças remetem a edificações implantadas em uma malha urbana. de que maneira as proporções e relações entre os paralelepípedos dialogam com as arquiteturas do mk27?
a volumetria vem da nossa linguagem arquitetônica, de volumes simples, de blocos trabalhados em diferentes materiais, colocados em contraste. essa estratégia é inerente ao nosso trabalho como arquitetos: linhas simples enriquecidas pelas texturas de diferentes materiais.
ainda, para as luminárias de mesa, nos inspiramos nas bibliotecas que desenhamos em nossos projetos, que emanam luz através da memorabília presente nas estantes.